O Stop

Operadores de prazo mais curtos normalmente utilizam o “Stop Loss”, o que prova que as suas expectativas podem estar erradas.

O Stop nada mais é que uma ordem automática engatilhada no sistema. Ela diz o seguinte: se o papel XYZ cair abaixo de 10,80, venda imediatamente. O computador da corretora fica monitorando o preço e envia a ordem para o pregão assim que a condição for estabelecida. Isso não deixa de ser uma espécie rudimentar de Robô – um programa de computador que opera sozinho, dentro de condições estabelecidas.

Stop e outros Robôs permitem que você siga uma estratégia sem ter de acompanhar o mercado. Eles são positivos sob esse aspecto. Como tudo, há um custo em usar essas ordens de venda automáticas. Numa oscilação maior, você pode vender sem querer. Às vezes isso acontece, por exemplo o papel caiu rapidamente, para depois voltar a seus níveis anteriores, só que você não está mais com ele.

Em uma clássica disputa de gato e rato, outros traders podem usar a presença de Stops para forçar a venda de quem não queria. São players que possuem grande volume. A idéia é vender uma boa dose de papéis para derrubar o preço. À medida que o preço cai, Stops vão sendo disparados. Mais ordens de venda produzem mais queda no preço, pois os compradores vão sendo atendidos e só sobram os com preço mais baixo. O preço cai mais e mais Stops são disparados.

Quem provocou o início começa a recomprar, a preços mais baixos. Se tudo ocorrer bem, ele consegue recomprar tudo o que vendeu e mais um pouco, e tudo com preço médio melhor que quando o processo começou. O preço se recupera rapidamente, podendo chegar rapidamente ao preço em que tudo começou. Tudo é muito rápido, leva um punhado de minutos. Pelo efeito de ir e volar rapidamente, o fenômeno se chama violino, fazendo referência ao movimento do arco desse instrumento.

A técnica cria uma distorção de mercado por um tempo suficiente para pode ser aproveitar dela. Rapidamente os outros participantes fazem o mercado se reequilibrar – comprando naquela baixa momentânea.

Preciso apontar dois aspectos desses fatos. Para quem coloca o Stop, isso é um risco, faz parte do negócio e é pior deixar sem Stop. Para quem compra a longo prazo, para o investidor, essas oscilações não importam e ele não pòe Stop – ele não entra nesse jogo. Para quem provoca o violino, é importante notar que ele pode dar errado também. Pode encontrar um Robô programado para comprar grandes quantidades logo abaixo, frustrando sua tentativa, mesmo que parcialmente.

Sem dúvida Stop e Robôs modificam o mercado. O mercado com eles é diferente do mercado sem eles, mas é esse o mercado que existe agora. É uma espécie de custo a pagar pelo serviço do Stop: para o indivíduo, é uma proteção, mas o coletivo de Stops acaba permitindo esse “efeito avalanche” que é o violino.

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