Swing Trading

É a estratégia em que se opera com um alvo determinado, e em prazos menores, tipicamente de alguns dias a algumas semanas. Alguns operam com um alvo fixo, como 5%. Outros se baseiam em gráficos para avaliar os alvos, ou seja, que ponto deve ser atingido para encerrar a operação.

Como não precisa haver uma tendência certa, o Swing Trader é mais versátil que o Position Trader, pois é possível utilizá-lo mesmo quando o mercado não tem uma tendência definida – ocasiões em que recebe o nome de mercado congestionado.

Entretanto – novamente o não existe almoço grátis – realiza-se um número muito maior de operações com ganhos pequenos, e, pior ainda, perdem-se as longas subidas.

Perder as longas subidas é sair da festa quando ela vai começar a esquentar. Portanto, o Swing Trade não é interessante quando o mercado aponta uma tendência. Em momentos de incerteza, entretanto, ele pode dar mais segurança pois é fácil devolver os pequenos ganhos. Entretanto não é fácil identificar prematuramente as mudança de tendência de mercado.

Esta estratégia busca muitos pequenos ganhos, de forma que exige mais tempo e dedicação que o Positon – apesar de parte desse tempo ser absorvida por ordens automáticas de saída com ganho e com perda. Essa é a estratégia da “formiguinha”, incansável na busca de pequenos ganhos.

Como os ganhos são pequenos em cada operação, faz-se muitas delas e os estopes devem ser menores também. Via de regra, quanto mais curta ‘a operação, menor é o estope. Se você quer permanecer na operação, aumentando as chances de acompanhar uma eventual subida, deve-se deixar o estope mais distante. O preço a ser pago é o aumento das chances de devolver o que já está ganho. Se, por outro lado, você quer garantir o que já ganhou, aproxima o estope do preço atual. O preço a ser pago é o aumento das chances de sair da operação por uma oscilação do mercado.

Muitos iniciantes fazem Swing Trade, ou planejam fazê-lo, sem conhecer o termo formalmente, nem sem pensá-lo como estratégia. Acabam por fazê-lo pelo medo de ficar na Bolsa. O problema dessa abordagem é que ela é executada apenas nas ações que se tem ganho – botar logo o dinheiro no bolso.

Um roteiro comum do iniciante é trazer um dinheiro que tem guardado (erro 1), montar uma carteira no primeiro dia de compra (erro 2). Imagine que algumas ações subam e outras caem. As pessoas vendem o que está ganhando (para garantir o lucro) e seguram o que estão perdendo (erro 3). Com o dinheiro das vendas, compra-se outros papéis.

Segue-se assim, vendendo os que ganham e segurando os que se perde – afinal lucro bom é lucro no bolso e ninguém quer assumir a perda.

Esse roteiro pode dar uma sensação inicial de sucesso, com as vendas dos ganhos, mas no médio prazo tende ao fracasso. Vejamos porque.

O primeiro erro é ter trazido um dinheiro acumulado por um tempo. Isso induz o erro seguinte, comprar tudo de uma vez. Nem o investidor, nem o trader compram de vez. Ao montar uma carteira, parece que vai operar no longo prazo, como investidor, mas ao ver os ganhos de alguns papéis, vende-os para assegurar o lucro. Ou seja, parte com uma idéia de longo prazo (carteira) e faz swing com os papéis ganhadores. Como se não bastasse, segura os papéis em perda, pois não quer realizar o prejuízo.

Em outras palavras, faz position, ou vira investidor dos papéis que estão caindo, e livra-se logo dos papéis vencedores! Isso não pode dar certo. Imagine, dos bons ele se desfaz, e os ruins ele guarda. Não é um problema fazer Buy and Hold, Position ou Swing. O que você não pode é misturar as operações (esse é o erro 3).

Uma variante é entrar no Swing, portanto, tentar dar um tiro curto. Se ele não der certo, a pessoa o guarda para o longo prazo, para os netos, vira investidor. Há vários problemas nessa abordagem.

Os motivos que fazem um investidor comprar um papel para o longo prazo são bem diferentes dos motivos para comprá-los para Swing Trade. Normalmente, mas não necessariamente, o investidor acredita na empresa e nos fundamentos e vai esperar o tempo que for necessário. Já o Swing Trader acredita que haverá uma movimentação no curto prazo, por alguma razão de mercado. Essa razão não depende da empresa, mas dos fluxos de compradores e vendedores, algo momentâneo, normalmente captado pelo gráfico, mas não só por ele.

Não estou dizendo que não se pode mudar de estratégia numa eventualidade, mas deve ser uma decisão sua, a partir de uma nova análise, ou de novos fatos. O que você não pode é mudar a estratégia porque a original não deu certo – nesse caso você não está mais no comando! Você pode comprar uma ação porque o gráfico estava interessante e, ao ver uma análise que projeta uma preço interessante no papel, decidir ficar com ele. Entretanto, isso é raro. Normalmente isso ocorre porque os intentos originais falharam.

Há um outro problema em ficar com os papéis. Cada estratégia dosa de forma diferente a quantidade de papéis que compra. Assim, nos prazos mais curtos pode-se comprar mais papéis que nos prazos mais longos. O balanço da carteira é diferente, em um caso você tem estope e no outro não. Enfim, coisas diferentes devem continuar diferentes.

É possível operar mais de uma estratégia, mas não se deve misturá-las. Principalmente se você está começando.

Ainda vale ressaltar que essa situação comum citada acima não é danosa quando a Bolsa está em forte alta. Isso ocorre porque poucos papéis caem, todos sobem. Então parece que está indo tudo bem. O mal fica incubado até o mercado mudar para uma tendencia de baixa ou uma congestão.

O que fazer, então? Entenda as estratégias e siga uma delas. De preferência siga um analista se sua corretora tiver um. Veja os calls, entenda como pensa, entenda como reage a novas situações de mercado e, sobretudo, entenda como ele protege o capital.

Se você quiser operar em mais de uma estratégia, o que desaconselho no início, o faça separando o dinheiro em cada estratégia – e seja fiel à sua proposta original.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

<< >>