Buy and Hold

É a estratégia do mais comum do investidor. Consiste em comprar ações e esperar prazos bem longos para ir formando um patrimônio. Ele não está preocupado nas oscilações de curto prazo. Aproveita as crises para comprar mais ações baratas.

Os investidores podem se desfazer de parte das ações para reequilibrar a proporção de aplicações de renda variável (Ações) em relação a outros investimentos.

Há várias vertentes de como usar essa estratégia. Quase nenhuma concentra a compra em uma empresa apenas, portanto diversifique. E quase nenhuma concentra a compra em um momento apenas, portanto compre ao poucos e ao longo do tempo.

Também é fundamental escolher empresas boas. Traders de prazos curtos podem se dar ao luxo de comprar ações de empresas ruins, pois eles não manterão os papéis por muito tempo.  O melhor é você se manter afastado de ações de empresas ruins.

Empresas pequenas não são necessariamente ruins, mas devem ser mais arriscadas. Empresas grandes, principalmente as maiores, chamadas Blue Chips, estão consolidadas, portanto devem apresentar menor risco. Por outro lado, muitas já cresceram o que tinham de crescer. Empresas menores podem dar maiores ganhos, com mais risco – como sempre, mais ganho vem de mãoes dadas com mais risco.

O Instituto Nacional dos Investidores (INI) traduziu e adaptou um metodologia deste tipo.

Suas regras básicas são:

  1. Faça pequenas compras regulares;
  2. Diversifique seus investimentos;
  3. Compre empresas boas;
  4. Reinvista os dividendos;
  5. Escolha empresas de boa Governança Corporativa.

O INI promove cursos e possui material para explicar o método. O ponto principal do método é a avaliação de empresas boas. Recomendo que você faça um curso desse, ou estude metodologias correlatas, mesmo que você não pretenda investir nessa estratégia.

Algumas pessoas começam bem com uma estratégia dessas, mas não conseguem mantê-la por tempo suficiente. Reguei meu feijão 3 vezes, já se passaram 6 horas e nada…! Não é incomum ouvir “investi em ações, depois de 1 ano ainda estava abaixo da renda fixa… resgatei tudo!”. Essas pessoas não entenderam o longo prazo. E podem estar deixando a oportunidade passar na frente do nariz.

Veja o gráfico a seguir. Se você acredita que o país irá crescer nos próximos anos, você acredita que algumas empresas poderão ira do ponto A para o ponto B. Você, nem ninguém, sabe quanto tempo há entre A e B, apenas que é um crescimento viável e razoável. Você também não sabe quanto é a valorização, mas acredita que ela vai existir. Lembre-se que isso se chama Renda Variável.

Investimento de longo prazo

Para investimentos de longo prazo, um longo período de baixa pode ser favorável.

Assim, apesar de incerto, o ponto B vai ser atingido, de alguma forma. Essa é a crença de quem investe na Bolsa, que é investir no crescimento do pais, da economia de forma geral.

Agora pare, olhe para a figura e responda. Qual o melhor caminho para atingir B a partir de A, o de baixo ou o e cima? Pense antes de continuar.

Tanto faz! Se um investidor comprar as ações no ponto A, todas de uma vez, e as vender no ponto B, tanto faz o caminho que elas tomarão. Isso é verdade, mas há um problema com esse raciocínio!

Quem pensa assim está pensando, implicitamente, em concentrar a compra. Ao concentrar a compra, há possíveis problemas:

  1. Se houver uma grande queda, você não poderá, ou não vai ter coragem, de comprar mais ações. Você estará assustado. Nesse caso você já entrou em contradição. Você acredita que as ações irão até B, comprou a um preço em A e não tem coragem de comprar a um preço mais barato que A. Afinal, você acredita em B ou não? Você comprou sabendo o que comprava? Mesmo? Em uma grande queda, muitos saem no meio do caminho.
  2. Quando há uma queda, é comum as pessoas se paralizarem e começarem a torcer para o papel voltar. Quando chegar ao meu preço de compra, dizem, vendo tudo. Isso é muito comum. E é comum elas venderem e o papel continuar subindo. Essas pessoas ficaram com as ações no tempo de vacas magras e se desfizeram delas quando começa a subir.
  3. Se não houver uma queda, ou ela for pequena, as pessoas podem sair por desistência. “Cansei de esperer”, dizem, ou “nesse tempo todo rendeu menos que a renda fixa”.

O erro aqui foi a compra concentrada. Se a compra for diluída no tempo, fica muito mais fácil seguir uma estratégia vencedora.

Suponha que você vai fazer aportes regulares, com parte de seus ganhos mensais, não com um capital que você já acumulou. Isso é importante, pois você poderá sustentar a estratégia indefinidamente – o longo prazo.

Com aportes mensais – ou periódicos – constantes e disciplinados, a curva mais abaixo é melhor!

Se o papel cair, ou continuar no mesmo patamar, ao invés de você dizer “Que droga! Não sai do lugar!” você dirá “Que bom, uma oportunidade de comprar mais ações a esse preço bom!”. Quando a alta vier, e você for para B, você terá comprado mais ações, e a um preço médio mais baixo.

O investidor ganha na compra. Ganha na baixa e na estagnação, comprando barato. Na alta, compra-se por impulso, com medo de perder a oportunidade. O Trader tem de ser rápido. O Investidor deve ser calmo e não impulsivo.

Quem está certo? Ambos, cada um em sua estratégia. Não há contradição.
Lembre-se que o Trader é muito hábil e rápido em descartar o papel, mesmo com perda.

Ele não tem um compromisso com o papel. O investidor está “casando” com o papel, mesmo que por um tempo. Ninguém deve “casar”por impulso.

Enfim, para o investidor, que realmente escolheu e acredita em seus bons papéis, e que pensa de fato no longo prazo – nào apenas na retórica – um período de baixa (curva baixa da figura) pode ser uma oportunidade. O mercado está de dando tempo para montar a sua posição, antes de começar a subir.

Agora olhe novamente os princípios do INI e veja como são saudáveis para essa estratégia.

Não existe estratégia pela metade. Ou você segue ela toda, ou não a está seguindo. Os cinco pontos são cinco. Quatro pontos não fazem 80% da estratégia INI, é outra estratégia, provavelmente ruim.

Waren Buffet não faz isso!

Aqui vale um aparte para os leitores de seguidores de Warren Buffet. Ele nega dois princípios: o da diversificação e o da compra regular.

Primeiro, ele concentra a compra em uma empresa, comprando boa fatia dela. Lembre-se que ele possui uma grande empresa, com muitos analistas e faz uma análise muito profunda antes de comprar. Ele compra empresas boas e que estão muito subavaliadas, esperando as crises e o desespero dos outros para comprar na baixa. Assim, ele pode concentrar a compra pelo grau de análise que consegue fazer da empresa, não pensável ao investidor individual. Além disso, a empresa e o fundo que ele gere já possui outras empresas, assim, ele não está concentrando a carteira, apenas a compra.

Segundo, ele compra de uma vez só, mas lá na baixa. Além disso, ele é tão bem visto pelo mercado que, quando ele começa a comprar, o mercado corre para comprar também, e a ação costuma subir rapidamente. Assim, ele deve concentar a compra sob pena de comprar mais caro por sua própria ação. Ele também não está comprando para ele, mas para todos os investidores dos seus fundos.

Nós não somos Buffets, vamos seguir uma doutrina mais moderada.

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