Quando alguém compra uma ação na Bolsa, e torna-se sócio de uma empresa, deve poder se desfazer da ação em algum lugar, ou seja, deve haver alguma maneira de sair da sociedade. Esse lugar é a Bolsa.
Um dos motivos que garante a compra de ações em um IPO, é que pode-se sair a qualquer momento vendendo as ações na Bolsa. Você está comprando algo que pode revender a qualquer momento. Isso é liquidez e tranquilidade.
Percebe que ter uma empresa cujas quotas societárias podem ser compradas e vendidas em uma feira é muito mais tranquilo do que uma empresa de capital fechado?
Nesse aspecto, empresas abertas são uma dádiva. Todos sabem que qualquer um pode entrar e sair quando quiserem, sem dificuldades.
E mais, esse lugar onde pode-se vender as ações é único. É uma espécie de “feira” onde todos devem passar. Imagine a força disso. Não há como vender ou comprar uma ação sem passar pela Bolsa. Isso garante que qualquer oferta de compra ou venda é acessível a todos. Não há negócios diretos, feitos sem passar pelo pregão. Não há como não ficar sabendo de uma oportunidade. Tudo passa pelo pregão. É o mais próximo do mercado perfeito que se pode chegar.
É importante notar que a empresa só recolhe dinheiro novo Mercado Primário, quando ela vende parte dela mesma a outros sócios. Quando os acionistas =vendem as ações entre sí, ou a novas pessoas (Mercado Secundário), a empresa não é afetada diretamente. Assim, as oscilações da Bolsa do dia a dia, da hora a hora, não afetam intrisecamente a empresa – ela já fez a venda.
Os preços oscilam rápido no Mercado Secundário, mas a empresa continua seu lento e progressivo movimento. Os números das empresas não podem mudar rapidamente – pois mais sistemas de controle e organização que a empresa tenha, não há como ter os números o tempo todo. O que muda rápido é a percepção e a expectativa – fatores subjetivos e incertos. Se não houvesse mudança de expectativa e avaliação, o valor da empresa deveria mudar no mesmo ritmo do crescimento ou decrescimento da empresa – uma dinâmica lenta, portanto.
Podemos imaginar um ciclo de vida da empresa na Bolsa. Ela é de capital fechado e resolve abrí-lo – normalemnte para captar dinheiro e crescer. Quando faz isso entra na Bolsa (IPO). Isso ocorre pelo Mercado Primário. A partir daí, suas ações são negociadas no dia a dia da Bolsa: é o Mercado secundário. A qualquer momento a empresa pode emitir novas ações (OPA – Oferta Pública de Ações), para captar mais dinheiro – novamente Mercado Primário. Se ela desistir da Bolsa, recomprará as ações através de uma OPA (Oferta Pública de Aquisição). Se você não aderir a essa oferta, você continuará sócio de uma empresa de capital fechado – pense como poderá ser complicado vender as ações mais tarde…
Em qualquer caso o acionista, ou potencial acionista, deve ter acesso aos números e dados da empresa. Bons números, números frequentes e confiáveis são fundamentais. Isso nos leva à Governança Corporativa – algo muito importante ao investidor, principalmente ao pequeno investidor.
Acabei de encontrar esse site. Muito bom!!! Você(s) está(ão) de parabéns!!! Muito didático e objetivo são mesmo tempo. Mais uma vez: Parabéns!